Também chamada de santa Águeda. Nasceu por volta do ano 231, na Silícia, em uma família rica e ilustre . Uma criança bendita desde o princípio, pois foi prometida aos pais antes de nascer, e na mais tenra infância já consagrada a Deus. Em meio aos perigos e tentações, serviu a Cristo em pureza de corpo e alma, morrendo por amor à castidade.

Confiança em Deus ante as adversidades
Quinciano, governador da Silícia, ouvira o rumor de sua beleza e riqueza. Para conhece-la , criou uma lei contra os cristãos e, com esse pretexto mandou que a prendessem e a conduzissem à sua presença, em Catânia. Diante da situação, Ágata dirigiu a seguinte oração ao Senhor: ”Ó meu Jesus Cristo, Senhor de Todas as coisas, Vós vedes o meu coração, Vós conheceis os meus desejos: possuí, Senhor, apenas Vós tudo o que sou. Eu sou Vossa ovelha, fazei-me digna de vencer os demônios”.
Por ondem de Quinciano, a jovem foi morar na casa de uma família envolvida em prostituição. Passou um mês inteiro no local, sofrendo muitas investidas contra sua virtude, no entanto, Nosso Senhor a preservou pura e imaculada. Diante da possibilidade de em troca de sua vida e segurança, consentir o pecado, Deus conferiu-lhe forças para responder: “Cristo, e apenas Cristo, é minha vida e salvação”.
Quando soube da perseverança da jovem em se preservar, Quinciano ordenou que fosse conduzida a ele para interrogatório. Ágata disse-lhe que servir a Jesus Cristo era a nobreza mais ilustre e a verdadeira liberdade. Ofendido com a resposta, mandou que fosse esbofeteada e colocada em uma prisão. A jovem entrou nela com grande alegria, encomendando a Deus o seu futuro suplício. No dia seguinte, ao ser indagada, forneceu a mesma resposta. Quinciano ordenou que fosse estendida no cavalete, tormento que era acompanhado de chicotadas e queimaduras na lateral do corpo. Tomado pela ira ao vê-la suportar tudo com alegria, Quinciano mandou que se lhe aplicassem aos seios as mais cruéis torturas e que os cortassem. A santa, repreendeu-lhe dizendo: “Cruel tirano, não te horroriza atormentar esta parte de meu corpo, tu, que te alimentaste dos seios de outra mulher como eu?”.
Então ele enviou-a novamente para a prisão, sem consolo, descanso e nem alimento. O próprio Deus cuidou dela junto ao apóstolo São Pedro, em uma visão, confortou-a e curou suas feridas. As companheiras de prisão de Ágata aconselharam-na que fugisse, aproveitando ocasião tão propícia para isto. Ela, porém, disse: “Deus me livre de abandonar a arena antes de ter segura em minha mão a palma da vitória”.
Quinciano permaneceu impassível mesmo diante a cura e, no quarto dia, mandou que a rolassem nua sobre carvão em brasa misturado com cacos de cerâmica. Voltando para a prisão, ela fez a seguinte oração: “Senhor, meu Criador, vós sempre me protegestes, desde o meu berço. Vós tirastes de mim o amor do mundo e me destes paciência para sofrer: recebei agora o meu espírito. Acabando de pronunciar essas palavras, encomendou ao senhor a sua venturosa alma e, 251, aos 20 anos.
Recebeu a coroa do martírio em Catânia, no ano 251 de Nosso Senhor. Seu nome se encontra em todos os martirológicos dos gregos e latinos, assim como no cânon da missa, no Calendário de Cartago.
Relata-se que o misto de enxofre e pedras que emergem do Monte Etna em suas grandes erupções, foi muitas vezes afastado das muralhas de Catânia pelo véu de Santa Ágata, tirado de sua urna e levado em procissão. Contam também que, por sua intercessão, Malta (onde ela e venerada como padroeira) foi preservada da invasão dos turcos, em 1551.
Arte Litúrgica
Na arte litúrgica da Igreja ela é mostrada como uma mártir com uma palma e os dois seios em um prato ou às vezes com os seios em duas pinças ou coroada com palmas. Ela está representada no mosaico de Santo Apolinário Nuevo, em Ravenna, Itália e em outro mosaico, mostrando seu martírio por Sebastião del Piombo, no Palácio del Pitti em Florença, Itália
As Relíquias de Santa Ágata
As relíquias de Santa Ágata foram levadas à Constantinopla em 1040 por um general bizantino. Em 1126, dois soldados (talvez franceses), Giliberto e Goselino, furtaram os restos mortais de Ágata, que foram entregues ao Bispo Maurício no Castelo de Aci. Em 17 de agosto de 1126, as “relíquias” voltaram à Catedral de Catânia, onde até hoje permanecem em nove relicários. (EPC)
A pureza perfeita de intenção e o anseio em agradar unicamente a Deus são as circunstâncias que santificaram os seus tormentos e que tornaram seu sacrifício completo. Sua festa litúrgica ocorre no dia 5 de fevereiro.
Referências:
Vida dos Mártires /Alban Butler; Tradução: Gabriel Lies, Rafael Salvi, Wilson Ribeiro – Dois Irmãos, RS:. Minha Biblioteca Católica, 2020.
Vida dos Santos / Alban Butler; Tradução: Emílio Costaguá. – Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021.
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/02/05/s–agueda–virgem-e-martir-de-catania.html