Helena Kowalska nasceu no ano de 1905, na Polônia. Numa família simples, ela foi a terceira de dez irmãos. Logo no seu nascimento, ela alcançou uma graça para a sua mãe, pois as duas primeiras gestações foram muito conturbadas, e a partir de Helena, as demais gestações e partos foram tranquilos.
A mística de Santa Faustina
Helena frequentou a escola por pouco tempo, pois logo aos sete anos de idade, ela recebeu um chamado para a vida religiosa. Os seus pais se mostraram contra o desejo de ingressar em um convento, já que não poderiam custear o caminho religioso. Com esse impedimento, apesar do chamado no coração, ela tentou viver no mundo, frequentando bailes e ambientes sociais. Porém, em 1924, aos 19 anos, teve sua primeira visão em um baile, ao ver Jesus sofrendo. Nesse momento, Jesus olha para ela e pergunta: “Até quando eu devo ter paciência contigo?”
Após essa visão, Helena parte imediatamente para Varsóvia, e com as instruções do próprio Jesus, ela encontra um padre, e com sua ajuda, começa a trabalhar para uma família de paroquianos. Com os recursos que conseguia devido a seu trabalho, juntou tudo para o seu dote religioso, para comprar o hábito e todas as coisas necessárias. Com o passar do tempo, enviava o dinheiro do seu dote para o convento Senhora Mãe de Misericórdia, que aceita Helena. Jesus é quem responde, dizendo: “Eu te aceito, tu estás no Meu Coração.” (Diário, parágrafo. 14). Então, no dia 1º de Agosto de 1925, Helena foi aceita na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia pela superiora geral, Madre Michaela Moraczewska.
Após fazer seus votos religiosos, Helena passa a se chamar Irmã Faustina do Santíssimo Sacramento aos 20 anos de idade. Seus votos perpétuos foram realizados em Cracóvia, somente em 1933.
Dentro do convento, Irmã Faustina não estava livre das suas tribulações. Ela sofreu com diversas doenças, desavenças da parte das irmãs, dificuldades com os confessores, e principalmente por receber visões de Jesus, muitos desacreditaram delas ou diziam que era confundida pelo inimigo. Tais visões eram compartilhadas com o seu diretor espiritual (hoje beato) padre Miguel Sopocko. Por ordem do então padre e do próprio Jesus, Irmã Faustina
escreveu um diário contando todas as suas experiências, incluindo com Nossa Senhora, São Miguel e São José. O inimigo também é citado no diário, mostrando nutrir um profundo ódio por ela. A sua mística engloba visões do céu, do purgatório e do inferno.
Secretária da Misericórdia
Jesus confia à Santa Faustina a missão de difundir a devoção a Sua Misericórdia, assim como o Terço da Misericórdia – que preferencialmente deve ser recitado às 15h (hora da Misericórdia) –, a Novena da Misericórdia e a Festa da Misericórdia. Jesus pede à Faustina que repita a seguinte frase: “Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós.” (Diário, parágrafo 309)
“Todas as vezes que ouvires o relógio bater três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Implora a onipotência dela em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta para toda alma.” (Diário, parágrafo 1572)
Em outros momentos, Jesus deixa claro para Faustina que deseja todos os Seus filhos imersos em sua Divina Misericórdia, e que o que mais o deixa triste é a falta de confiança de que Ele tudo pode – inclusive perdoar os pecados, por mais graves que eles sejam.
A imagem de Jesus Misericordioso também foi impelida à Faustina para que houvesse a divulgação. Porém foi um momento de conturbação para a Irmã, pois ela dizia que não havia pintor algum que conseguisse imprimir a verdadeira beleza de Jesus. “O Meu olhar nesta Imagem é o mesmo que Eu tinha na cruz.” (Diário, parágrafo 326) Tudo isso ocorreu em 1931, na cidade de Plock.
“Tu és testemunha da Minha misericórdia e ficarás pelos séculos diante do Meu trono como testemunha viva da Minha misericórdia.” (Diário, parágrafo 417)
Doença, morte e canonização
Irmã Faustina teve uma vida curta, porém de grande serviço da propagação da Divina Misericórdia de Deus. De fato, ela viveu momentos extraordinários, em que podia ver e ouvir Jesus, Nossa Senhora, São José e São Miguel. Santa Faustina também recebia visitas de almas no purgatório que imploraram suas orações e penitências para receberem alívio de suas penas.
Conforme supracitado, Santa Faustina teve diversas tribulações, incluindo muitas doenças, dores no corpo, que em determinadas vezes a impedia de receber a comunhão, o que a entristecia. Sua saúde começou a se deteriorar em 1930, um ano antes da divulgação da Imagem de Jesus Misericordioso. Os registros mostram que em 1937 a tuberculose já havia se alastrado, o que a infligia muitas dores e dificuldades de exercer suas funções.
Em 1938, não resistindo mais a sua saúde debilitada, morreu Santa Faustina aos 33 anos, e foi enterrada no dia 7 de outubro no cemitério da capela do convento.
Foi canonizada no dia 30 de abril de 2000 pelo papa João Paulo II, no domingo da Divina Misericórdia, tornando-se a primeira santa do terceiro milênio cristão, após milagres atribuídos a sua intercessão, como a cura de um padre.
Curiosidades
● A devoção à Divina Misericórdia rapidamente se espalhou após a sua morte.
● Em 1951 já haviam mais de 150 centros dedicados a Santa Faustina
● O papa João Paulo II a chamou de “grande apóstola da Divina Misericórdia” e “dom de Deus para a Polônia e para o nosso tempo”
● A música “Quem como Deus”, da Irmã Kelly Patrícia, é uma citação do Diário, após São Miguel aparecer para a Santa Faustina e dizer: “O Senhor Jesus me recomendou que eu tivesse um cuidado especial por ti. És odiada pelo mal, mas não temas, alma dileta.”
● Suas relíquias estão na Basílica da Divina Misericórdia em Cracóvia, Polônia.
Referência:
Faustina, Santa, 1905 – 1938
Diário de Santa Faustina / Santa Maria Faustina Kowalska;
tradutor Mariano Kawka. – 44. ed. – Curitiba (PR)
Editora Divina Misericórdia, 2022. 16×23 cm
