São Bartolomeu, também chamado de Natanael (Natanael bar Tolmai, que significa “dom de Deus” ou “filho de Tolmai”). Nasceu em Caná, na Galileia, cerca do século I e morreu martirizado em 24 de agosto, ano 51, provavelmente na Armênia ou na Anatólia, esfolado vivo e decapitado.

Breve resumo da vida
Todos os três Evangelhos sinóticos nomeiam São Filipe e São Bartolomeu como o quinto e sexto no grupo dos doze Apóstolos, e depois nada mais se diz a seu respeito. Este último [porém] é tradicionalmente identificado com Natanael, que o Evangelho de São João põe em relevo no final de seu primeiro capítulo (cf. 1, 45ss) e menciona no início do último (cf. 21, 2ss) entre os que viram o Senhor Ressuscitado no mar de Tiberíades. Isso ocorre em parte porque, em João 1, é Filipe, a quem ele está sempre associado nos sinóticos, que o leva a Cristo; e em parte porque Bartolomeu é um patronímico, que significa “filho de Tolmai”, sendo “Natanael” o seu primeiro nome. A tradição da Igrejaaceita essa identificação, mas, na liturgia, sempre usa o nome Bartolomeu.
Foi um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus Cristo. Inicialmente cético, tornou-se um dos seguidores mais fiéis após seu encontro com Jesus, apresentado por Filipe. Viveu na Galileia e, após a ressurreição de Jesus, pregou em várias regiões como Índia, Armênia e Mesopotâmia, convertendo muitos ao cristianismo.
Não há registros específicos de escritos atribuídos a ele, mas sua missão evangelizadora nas regiões mencionadas e conversão de povos e reis foram suas ações mais notórias.
É reconhecido por sua sinceridade, pureza de coração e fé firme. Jesus o chamou de “verdadeiro israelita, no qual não há falsidade” (Jo 1,47). Dentre suas qualidades estão a firmeza na fé, sinceridade, entrega total a Cristo e coragem diante do martírio. Suas virtudes heroicas reconhecidas são Virtudes heroicas reconhecidas a fé heroica, a coragem e a sinceridade.
Mensagem espiritual central de São Bartolomeu seria a de testemunhar a fé com sinceridade e firmeza, deixando-se conduzir por Jesus.
Sobre a canonização
Como apóstolo e mártir do século I, sua santidade é reconhecida desde os primeiros tempos da Igreja, não possuindo um processo formal recente com papa específico. Foi mártir, tendo sido esfolado vivo e decapitado em razão da fé.
Festa litúrgica
A festa litúrgica desse importante santo é celebrada em 24 de agosto no calendário da Igreja Católica. Há uma devoção popular grande, especialmente na Armênia, onde é padroeiro. É tradicionalmente considerado padroeiro de doenças de pele, pela forma de seu martírio.
Os principais milagres:
Cura de doenças incuráveis e libertação de possessões demoníacas, especialmente durante sua pregação na Índia, onde ele teria calado um demônio e curado a filha possessiva de um rei, cuja conversão ajudou na disseminação do cristianismo.
Milagres diante das suas relíquias após seu martírio, como a proteção da urna com seus restos mortais, que teria sido levada milagrosamente para a ilha de Lipari, onde foi sepultado e gerou inúmeros relatos de bênçãos e curas.
Milagre da imagem de prata de São Bartolomeu na catedral da ilha de Lipari, que teria ficado milagrosamente muito pesada ou impossível de ser removida em diversas ocasiões, protegendo-a especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve tentativa de derretê-la para financiar o regime fascista.
O milagre do amor pelos pobres, relatado por Frei Franco, um monge curado milagrosamente após um sonho com São Bartolomeu, que exortava à misericórdia para com os necessitados.
Imagens
Assim como muitos outros santos são representados com os instrumentos de sua paixão, São Bartolomeu pode ser visto com frequência tendo nas mãos a faca com que foi esfolado.
Os artistas também aproveitaram a oportunidade para demonstrar seu conhecimento de anatomia, representando-o esfolado de fato. Um exemplo particularmente bom se encontra na Catedral de Milão: uma escultura de Marco Ferreri d’Agrate, concluída em 1562. Na inscrição da base, o artista astutamente finge temer ser confundido com Praxíteles, o escultor mais famoso da Grécia antiga: Non me Praxiteles, sed Marcus finxit Agrates — “Não foi Praxíteles quem me fez, mas Marco d’Agrate”.
A imagem mais conhecida de São Bartolomeu, no entanto, é certamente a do Juízo Final de Michelangelo, na Capela Sistina, principalmente devido à crença popular, mas equivocada, de que o artista pôs seu próprio rosto na pele [arrancada].
Fontes:
https://padrepauloricardo.org/blog/a-historia-de-sao-bartolomeu-apostolo
Vida dos Mártires /Alban Butler; Tradução: Gabriel Lies, Rafael Salvi, Wilson Ribeiro – Dois Irmãos, RS:. Minha Biblioteca Católica, 2020.
Vida dos Santos / Alban Butler; Tradução: Emílio Costaguá. – Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021.
